E o sonho tornou-se realidade!

Pai, está muito difícil e estou apavorada com a possibilidade de não conseguir um boa nota!

Assim, aos prantos, minha filha falava comigo numa ligação pelo Facetime.

Já disse aqui que ela está estudando na Texas A&M Kingsville University, nos EUA.

Mariana, tem dezenove anos e começou a jogar tênis aos doze.

Aos quatorze disputou seu primeiro torneio no circuito brasileiro.

Normalmente as meninas que fazem parte do grupo que lidera o ranking nacional, aos dez anos já estão treinando diariamente e viajando pelo Brasil percorrendo o circuito de torneios.

Ela, portanto, começou mais tarde e precisou correr contra a tempo, pois as outras meninas eram bem mais experientes.

A rotina de treinos desde de que disputou o primeiro torneio fora de casa tornou-se bastante intensa.

Assim como ficaram bem frequentes as viagens em função do circuito.

Pelo menos durante uma semana por mês ela estava fora, jogando.

Era necessário faltar aulas e as colegas enviavam o conteúdo para que ela mantivesse os estudos em dia por conta própria.

Tirar notas boas sempre foi uma condição para continuar viajando e disputando.

Nos primeiros torneios eu tive possibilidade de acompanhá-la, mas logo vi que seria impossível estar por conta dela durante uma semana por mês, quase todos os meses.

Assim, combinamos que ela viajaria sozinha. Aos quinze essa já era uma realidade constante.

Sentíamos um frio na barriga a cada vez que ela embarcava, mas o sonho de se tornar uma tenista de ponta falava mais alto.

Por outro lado isso fez com que ela fosse criando “casca grossa” para lidar sozinha com os obstáculos.

Não demorou para que aos dezesseis ela iniciasse as disputas internacionais.

Eu a acompanhei na primeira delas em Santiago-Chile. Me arrepio toda vez que lembro da primeira vitória internacional contra uma tenista argentina. Para variar, chorei de emoção naquele dia.

Surgiu então um novo sonho: conquistar uma bolsa de estudos em uma excelente faculdade norte americana.

Os requisitos necessários são: inglês em altíssimo nível, ótimas notas no colégio e boa pontuação no ranking mundial juvenil.
Tarefa nada fácil. Posso lhes assegurar.

Ao ingressar no terceiro ano do ensino médio a coisa ficou bem séria, pois era um ano decisivo.

Os três requisitos precisavam estar na mira, pois se num deles o desempenho fosse apenas mediano o sonho poderia ir para o brejo.
Imaginem, então, o nível de pressão que passava por aquela cabecinha.

Frequentar a escola, estudar para as provas, viajar, competir e treinar durante quatro horas por dia sem deixar a peteca cair.

Acreditem. Ela deu conta!
E o sonho tornou-se realidade!

E lá se foi ela para morar a oito mil quilômetros de casa, para estudar engenharia civil numa ótima faculdade, tendo conseguido a tão necessária bolsa, sem a qual a ida dela não se viabilizaria.

Mas logo no primeiro mês a coisa ficou crítica.

Aquela fala pela qual se inicia esta história aconteceu antes dos primeiros trinta dias.

O primeiro semestre de um curso de engenharia contempla matérias assustadoras e o nível de dificuldade leva vários estudantes às reprovações.

No caso dela, uma reprovação poderia significar a perda da bolsa e o fim de um sonho que mal havia se iniciado.

– Calma filha! Vai dar tudo certo!

– Procure a professora para conversar de forma que ela consiga sanar suas dúvidas. Procure também a ajuda da mentoria de um aluno.

Certamente eles poderão te apoiar para que você consiga melhorar sua nota.

Ela chorando de soluçar e nós daqui querendo dar colo, mas havia os tais oito mil quilômetros de distância.

Não tinha jeito! A bola estava com ela e cabia somente a ela buscar a solução.

Foi o que ela fez!

E não é que deu conta do recado?

Não só conseguiu, como fechou o semestre com a nota máxima.

E não só conseguiu a nota máxima em uma disciplina. A nota foi máxima em todas as disciplinas. E desde então tem sido assim!

Ontem ela recebeu do Presidente da Universidade um diploma que a parabeniza pela conquista da posição do olimpo: a “President’s list”.

A universidade tem treze mil alunos e juntamente com ela, apenas trinta e cinco alunos conseguiram obter a nota máxima em todas as disciplinas e em todos os semestres do curso.

Imaginem o tamanho de nossa felicidade.

O que aprendemos com tudo isso?

Não basta sonhar. Um sonho se constrói a cada dia, durante todos os dias. Não se trata, portanto, de golpe de sorte e sim de muito suor.

Disciplina e organização são determinantes. Caso contrário você acaba se dispersando.

A vida nos oferece muitas tentações e precisamos ficar atentos para não nos desviarmos do caminho que traçamos.

Os obstáculos nos servem de estímulo para seguirmos fazendo o nosso melhor, um pouco melhor a cada vez.

Chorar às vezes é necessário para extravasar, mas o que resolve mesmo é buscar os caminhos da solução para em breve celebrarmos as conquistas.

Da mesma forma temos que lidar com nossa saúde, não é mesmo?

Vou te fazer então uma sugestão de cartilha para os seus dias:

Sonhe com dias felizes. Eles sempre chegam!
Saiba lidar com as tentações. Elas sempre vêm, mas também vão!

Conte sempre com o apoio de outras pessoas, principalmente com o daquelas que te amam, mesmo que não estejam presentes fisicamente.

Busque fazer as coisas com prazer. Essa é chave para manter a disciplina. Sem prazer, a disciplina tem vida curta.

Cuide do seu templo (corpo) e nele residirá mais facilmente um espírito em paz.

Te garanto que se ao acordar diariamente você observar esses cinco pontos sua vida certamente será mais plena.

Se você leu este longo texto até aqui é porque acredita que faça sentido!

Se concorda comigo, escreva aí em baixo:
#vidaplenacomsaúde